Como mencionado no texto da semana passada, a psicóloga Valquíria Breyer Lopes recorda que as relações de afeto começam a ser delineadas antes mesmo do nascimento do bebê.
Com o nascimento, a figura referência é a mãe que, ao exercer a maternagem, estará oferecendo-lhe cuidados físicos e afetivos, nutrindo-o e acalentando-o. Quando essa maternagem apresentar falhas do tipo excesso ou carência de afetos, posteriormente a criança poderá desenvolver sintomas como: distúrbios na fala, na linguagem, na aprendizagem, insegurança, baixa autoestima, dificuldades de relações interpessoais, distúrbios alimentares ( não só na infância, como também na adolescência e na fase adulta).
Conforme a psicóloga, observa-se que muitos sintomas decorrentes das falhas nas relações afetivas parecem ficar mais evidentes quando a criança passa a frequentar a escola, desde a mais tenra idade, porém, nem sempre há uma atenção especial aos sintomas manifestos, pois algumas vezes tais manifestações são entendidas como parte do processo de adaptação, outras vezes, consideradas como característica da personalidade, ou ainda há quem diga que a criança é birrenta ou manhosa.
A partir do momento que tais sintomas estão sendo manifestados, cabe à família procurar um atendimento terapêutico, pois quanto mais cedo ocorrer uma intervenção terapêutica mais favorável será o resultado. Nesse processo terapêutico, o profissional irá trabalhar com a criança através do brinquedo, será através dessa dinâmica que ela poderá trazer à tona seu mundo interior, mostrando ali seus medos, angústias e sofrimentos, que muitas vezes não consegue expressar através de palavras. Além do atendimento à criança, é interessante uma abordagem com os pais para poder repensar a relação entre pais e filho e resgatar ou reconstruir o que está falho.