Segundo Jacob Faintuch, clínico-geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o ideal para preparar o organismo ao novo horário é manter uma boa qualidade de sono. O hormônio regulador melatonina, acionado pela falta de luz, é alterado com a mudança de horário: “Para adaptar-se, é importante evitar situações estimulantes no final da tarde ou no começo da noite.”
De acordo com ele, quanto maior o estímulo, maior a dificuldade do organismo para relaxar e, assim, pior a qualidade do sono. Evitar o consumo de café ou chá preto e evitar exercícios físicos extenuantes à noite são algumas dicas do médico, que lista outras atitudes que podem prejudicar o descanso: comer demais no jantar, dormir sem se alimentar, tomar banho muito frio ou muito quente e ler livros ou ver filmes estimulantes nas horas que antecedem o repouso.
Faintuch também adverte que a má qualidade do sono pode prejudicar o rendimento do indivíduo nas atividades durante o dia. “O horário de verão não é o único fator que desequilibra o organismo. Novos turnos de trabalho ou viagens internacionais podem agir da mesma forma”, enumera.
Para manter a saúde, esses cuidados devem ser constantes o ano todo. A manutenção do sono, principalmente nos primeiros dias da alteração do horário, é fundamental para evitar complicações cardiovasculares. O especialista afirma que o desequilíbrio do organismo se dá nos cinco primeiros dias da mudança no relógio. Após esse período e com os devidos cuidados, o corpo se ajusta de forma tranquila.