Os agropecuaristas brasileiros, produtores de suínos e de frangos de corte, vivem um momento de apreensão, enquanto não ocorrer uma mudança de postura e de decisão dos russos com relação à medida de não mais importarem carne de cerca de 85 indústrias ou frigoríficos nacionais, principalmente dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, a partir desta semana, quando o embargo começou a vigorar.
As autoridades brasileiras, do setor de defesa agropecuária, órgão do Ministério da Agricultura, manifestou-se junto ao governo da Rússia, informando que todas as exigências foram atendidas pelas indústrias.
Há uma intensa mobilização na área diplomática, de ambas as partes, e uma esperança de que ainda neste mês aconteça um convencimento dos russos para que voltem atrás, revendo a sua posição.
Em caso de acontecer e prolongar-se por algum tempo esse boicote à importação da carne brasileira, teremos, no mercado interno, uma situação bastante complicada, com uma queda considerável nos preços dos produtos. Fala-se em queda de até 30% nos preços da carne suína, enquanto as demais espécies poderão sofrer redução mais branda.
As indústrias estudam estratégias para enfrentar a crise, através da formação de estoques, esperando uma reação para logo em seguida. De outro modo esperam por medidas práticas do governo federal, criando algum programa de aproveitamento dos produtos de origem animal, por exemplo, nos cardápios da merenda escolar ou outros projetos de cunho social.
Endividamento agrícola
Recentemente assistimos a uma mobilização organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), exigindo do governo federal medidas de socorro dos agricultores endividados em consequência de empréstimos bancários que não conseguem honrar. Há um passivo muito grande, em termos de dívidas contraídas e a anistia parcial ou uma renegociação, com prazos mais dilatados e em condições mais favoráveis, formam a pauta de reivindicações dos pequenos agricultores.
Nesta semana, quem anunciou uma mobilização no mesmo sentido e que deverá acontecer no final deste mês é a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), que representa os trabalhadores rurais vinculados aos Sindicatos de Trabalhadores Rurais. A entidade estima que mais de 10 mil agricultores participarão de atos marcados em diversos pontos ou regiões do RS.
Segundo os organizadores, os protestos só não acontecerão se até lá o governo acenar com algumas medidas de socorro aos produtores rurais, como a concessão de um crédito emergencial de 2 mil reais por família e a suspensão, por pelo menos 90 dias, de débitos de custeio e de investimento. A persistir a situação de hoje, os líderes sindicais temem por um comprometimento da próxima safra, em razão da inviabilidade de novas contratações de empréstimos para a formação de lavouras e investimentos.
Frangofest
Manifestações sobre o reconhecido sucesso da XIX Gincana do The Horse trouxeram à tona, na sessão da Câmara de Vereadores de quarta-feira, a lembrança da Frangofest que teve três edições em anos anteriores e não vem acontecendo mais há um bom período.
Diversos comentários destacaram a necessidade de o município promover algum evento que possa destacar as potencialidades econômicas locais ao lado dos grandes acontecimentos sociais e de lazer que vêm se sucedendo com êxito.
No calor dos debates, sobrou para a Comissão Organizadora da última Frangofest. O vereador Valdir Fahl cobrou a prestação de contas da última festa, deixando no ar uma suspeita quanto aos seus resultados. A atitude do vereador provocou reações e a sugestão de que a mesa da Câmara convide os membros da aludida comissão para que possa trazer as informações desejadas.